Os postos de abastecimento com combustíveis mais baratos são uma procura cada vez mais frequente por grande parte dos condutores.
Os chamados “combustíveis low cost” chamam a atenção pelos seus preços altamente competitivos, em comparação com as principais marcas.
É natural que os preços mais baixos suscitem algumas dúvidas acerca da qualidade do combustível em si. Isto acontece porque estamos fortemente habituados à relação preço/qualidade na grande parte dos bens ou serviços que adquirimos. Por isso, é legítimo questionar se a redução de preço corresponde também à redução da qualidade do combustível.
Para o ajudar a responder a esta questão, neste artigo, vamos analisar as principais questões relacionadas com os combustíveis mais baratos. Será este tipo de combustível, sem aditivos e amigo da carteira, um sinónimo de baixa qualidade? A sua utilização pode afetar o rendimento das viaturas? O seu uso pode provocar algum tipo de problemas mecânicos a médio ou longo prazo? Continue a ler este artigo e esclareça algumas das suas dúvidas.
Combustíveis mais baratos: será que valem mesmo a pena?
Quando o carro entra na reserva, o dilema é sempre o mesmo: “onde posso encontrar a gasolina mais barata?”. Todos nós queremos poupar, nem que seja uns cêntimos. Por isso, não é de estranhar a tentação e também as dúvidas existentes em torno dos combustíveis low cost.
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Quais as principais diferenças para os chamados combustíveis “normais”?
Existem duas diferenças que ajudam nesta distinção. Elas são:
1. A composição
Todos os combustíveis vêm das mesmas refinarias, com a diferença de que combustíveis mais baratos são simples e os restantes têm aditivos. Logo, uma das grandes diferenças entre os dois reside, então, na sua composição.
Por outras palavras, os combustíveis mais baratos são desprovidos de aditivos. Estas substâncias melhoram o desempenho do veículo, ajudam a reduzir as emissões poluentes, aumentam a potência do motor, diminuem o consumo, aumentam os intervalos de manutenção e melhoram a fiabilidade do motor.
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2. O preço
A segunda grande diferença é o preço, claro está. Esta diferença está relacionada com a ausência dos aditivos presentes nos restantes combustíveis. Na realidade não estará a pagar menos pelo produto, mas sim, a comprar apenas uma parte do produto.
Os combustíveis mais baratos são prejudiciais para as viaturas?
Naturalmente, as grandes marcas de combustível preferem apostar em produtos e serviços de maior qualidade, ainda que o preço seja superior para o cliente. Isto leva-nos à seguinte questão: existem diferenças na qualidade dos combustíveis de acordo com o seu preço? Serão os combustíveis mais baratos de qualidade inferior?
A resposta é “nim”.
Por um lado não porque, basicamente, todo o combustível vendido tem a mesma origem. As refinarias presentes em Portugal tratam o petróleo importado de forma idêntica, seja a gasolina ou o diesel. Após o respetivo tratamento, este combustível é distribuído pelos diferentes centros logísticos de armazenamento para posterior transporte.
Estes enormes depósitos de combustível são alimentados por estas refinarias, que podem pertencer a uma grande marca de combustíveis ou não. Elas são nada mais do que armazéns aos quais entidades como a Repsol, a BP ou a Carrefour vão abastecer.
Por outro lado, sim. As opiniões divergem em relação a este assunto e alguns acreditam que optar por combustíveis low cost pode causar problemas a médio prazo, principalmente em automóveis com motores mais modernos e evoluídos cujo controlo eletrónico é mais sensível.
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O que dizem as autoridades competentes sobre os combustíveis mais baratos?
A DECO efetuou já testes com gasóleo de marca e low cost e não encontrou diferenças significativas, a não ser no preço que era bem mais baixo nas versões low cost. A DECO afirma, ainda, que os combustíveis mais baratos
Segundo a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), “todos os combustíveis comercializados em território nacional têm que cumprir as especificações técnicas estabelecidas na legislação em vigor, (…) independentemente de quem os comercializa, (…) garantindo a qualidade dos produtos e a salvaguarda das viaturas”.
Contudo, a Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis alerta para a “qualidade inferior” dos combustíveis low cost, vendido mais barato porque é um produto base sem qualquer aditivo, estando tecnologicamente ultrapassado há décadas e desfasado das exigências tecnológicas dos motores fabricados hoje”.
Mais prudente, foi a Associação de Empresas Petrolíferas (APETRO) que, em 2014, referiu que “a lei que agora entrará em vigor determina, por seu lado, que todos os postos passem a comercializar apenas gasolina sem qualquer aditivo, não se impondo qualquer condição relativamente ao preço praticado. A APETRO afirma que “não é possível (…) nos postos de abastecimento convencionais, conseguir reduções do preço de venda ao público, semelhantes aos apresentados pelo “low cost”, uma vez que se altera apenas “um dos fatores de redução dos custos”.
Posto isto, a divergência de posições leva-nos a concluir que o caminho da prudência e da sensatez são os melhores, tendo em conta também a disponibilidade financeira do condutor. Por outras palavras, não existem contraindicações efetivas, a não ser ter alguns cuidados com os próprios veículos.
E as marcas, confiam nos combustíveis mais baratos?
Na verdade, as marcas não dão qualquer indicação aos seus clientes acerca do combustível que devem usar: seja o de baixo custo ou a versão aditivada. Cremos, por isso, que as próprias marcas assumem que todos os combustíveis disponíveis no mercado, incluindo os combustíveis mais baratos, têm qualidade para serem consumidos.
Produto ou serviço low cost?
Para finalizar, há também quem afirme que o combustível low cost não existe, mas antes postos que prestam um serviço low cost, tal como acontece nos super e hipermercados.
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