Com a quantidade de carros que todos os dias circulam nas estradas portuguesas, ter um seguro automóvel – para além de ser uma obrigatoriedade legal – é indispensável para cobrir os vários riscos associados à condução.
Os imprevistos acontecem e existem variáveis que não dependem inteiramente do condutor. Por isso, para conseguir escolher o melhor seguro automóvel (ou, pelos menos, o mais ajustado às suas necessidades) é importante que dedique algum tempo a estudar os diferentes produtos que existem no mercado, assim como as suas necessidades.
Neste artigo, vamos deixar-lhe 4 pistas que pode seguir para escolher o seguro auto certo.
Que tipos de seguro automóvel existem?
Antes de mais, é importante mencionar que todos os seguros diferem nas coberturas disponibilizadas, assim como nos prémios exigidos. Tudo varia de seguradora para seguradora, mas pode contar sempre com os seguintes tipos de seguro automóvel:
Seguro de responsabilidade civil
O seguro de responsabilidade civil é o seguro base que, em Portugal, é obrigatório por lei. É também conhecido por seguro contra terceiros, uma vez que cobre todos os danos materiais e físicos causados a terceiros (incluindo às pessoas transportadas no carro que provocou o acidente, à exceção do condutor).
Em grande parte das seguradoras é possível contratar coberturas adicionais para complementar este seguro. Falamos de, por exemplo, uma cobertura extra para o condutor ou para situações de furto ou roubo.
A cobertura mínima do seguro de responsabilidade civil é de 6.070.000 euros por acidente para danos corporais e de 1.220.000 euros por acidente para danos materiais. Estes valores são sempre revistos a cada cinco anos.
Ler mais: “Bateram no carro e fugiram: passo a passo do que fazer“
Seguro de danos próprios
Já o seguro de danos próprios é um tipo de seguro que oferece uma proteção mais completa. Apesar de ser vulgarmente chamado seguro contra todos os riscos, na verdade, ele nunca cobre todas as situações a 100%. Como as coberturas diferem sempre de seguradora para seguradora, é aconselhável comparar as várias opções disponíveis no mercado e escolher a mais ajustada.
Seguro temporário
E se vai conduzir um veículo por um período reduzido e determinado, pode valer a pena contratar um seguro temporário. O seguro temporário (ou seguro por dias) pode ter apenas a cobertura mínima obrigatória ou uma cobertura ampliada. Este é um tipo de seguro muito utilizado, por exemplo, por quem conduz ocasionalmente carros clássicos.
Como escolher o seguro automóvel certo?
Chegada a hora de escolher, tudo se resume a uma análise profunda das suas necessidades. Não sendo uma regra infalível, recomendamos que siga sempre as seguintes pistas:
1. Analise a utilização que faz do seu automóvel
Que é como quem diz, avalie bem quais são os potenciais riscos na sua rotina diária. Tenha em mente que um seguro com mais coberturas vai ser sempre mais caro. Se no seu dia a dia usa maioritariamente transportes públicos e se só conduz ao fim de semana, um seguro básico de responsabilidade civil pode ser suficiente. Mas se conduz vários quilómetros por dia e se está mais sujeito a azares, pode fazer sentido investir num seguro mais abrangente.
2. Atente no valor do seu carro
Nem tudo se resume a quilómetros percorridos e a tempo passado ao volante. É igualmente importante ter em conta o valor da sua viatura. Se comprou (ou está a pensar comprar) um automóvel novo – de valor mais avultado – um seguro automóvel mais abrangente pode ser uma boa opção para os primeiros anos.
3. Considere as especificidades do veículo
Se tem um motociclo, um carro elétrico, híbrido ou uma autocaravana, considere seguros automóvel com coberturas específicas para as suas características. No caso dos carros eletrificados, por exemplo, é possível encontrar ofertas que cobrem os componentes de carregamento e o auxiliam em caso de perda de bateria.
4. Tenha atenção às franquias e às exclusões
A franquia é o valor que, em caso de acidente, fica sempre a cargo do segurado. Se, por exemplo, uma cobertura tiver definida uma franquia de 200 euros, este é o valor mínimo com o qual terá sempre de contar. Se houver danos no valor 500 euros, significa que 200 euros ficarão a seu cargo e 300 euros a cargo da seguradora.
Existem vários tipos de franquia (obrigatórias, facultativas, variáveis, absolutas, etc.) e estas podem ser de valor fixo (por exemplo, 200 euros) ou de valor percentual (por exemplo, 2% do capital seguro). Quando escolher o seu seguro automóvel, analise com cuidado qual é a franquia definida.
Para além disso, leia bem as condições gerais e especiais da apólice e tenha atenção às exclusões que, como o próprio nome indica, são todas as situações que não estão abrangidas pelo seguro.
Quais são as consequências de conduzir um carro sem seguro?
Um carro que circula na estrada sem seguro auto está ilegal. Se for apanhado a conduzir um carro sem seguro incorre numa contraordenação grave, e a coima pode ir dos 500 aos 2.500 euros. Esta situação também resulta na perda de dois pontos na carta de condução e, se as autoridades assim o decidirem, pode ficar sem a mesma durante um mês a um ano.
E como conduzir um carro sem seguro é ilegal, pode ainda esperar a apreensão imediata do veículo pelas autoridades, uma vez que se trata de um carro que não pode de forma alguma circular na estrada.
Segundo dados recentes da ACP, o número de acidentes com viaturas que circulavam sem seguro automóvel aumentou 21% desde o início de 2022. Falamos de 1.791 acidentes registados, dos quais cerca de 1.500 apenas envolveram danos materiais e os restantes tiveram consequências físicas para os envolvidos.
Ler mais: “Sabe como funciona a carta por pontos? Nós explicamos”