Os dias de chuva são sinónimo de atenção redobrada e de alguns cuidados adicionais na estrada. Para além da má visibilidade, a água que se acumula em poças dá origem a um fenómeno temido por grande parte dos condutores – a aquaplanagem.
O que é a aquaplanagem é algo a que muitas pessoas conseguem responder, tendo já experienciado o fenómeno. Em Portugal, principalmente na zona Norte do país que é mais propensa a chuvas fortes e humidade, é uma ocorrência frequente.
A aquaplanagem é, na sua essência, a acumulação de uma fina camada de água na estrada que faz com que o veículo flutue e perca toda a aderência ao piso. Nestas situações, o condutor perde o controlo do veículo podendo, em último caso, levar a um sinistro.
É por isso que a aquaplanagem é o motivo pelo qual, nos dias de chuva forte, existem tantos acidentes nas estradas portuguesas. O que muitos não sabem (ou, pelo menos, desvalorizam) é que existem algumas formas através das quais é possível minimizar o efeito da aquaplanagem.
Os principais fatores que contribuem para a aquaplanagem
É preciso reforçar que, para além dos fatores climatéricos que não conseguimos controlar, existe uma série de fatores adicionais que tornam este fenómeno mais propenso a acontecer.
1. A condição dos pneus
É importante que os pneus estejam sempre em boas condições. Sobre esta questão, poderá querer reler o artigo “Os principais cuidados com o carro no inverno”, onde já abordámos este ponto e falámos da importância de ter bons pneus, principalmente no inverno.
Saber como escolher o pneu certo é fundamental. Tenha atenção ao design do relevo (que influencia a forma como a água é canalizada), ao tamanho do pneu (quanto maior for a área de superfície do pneu, menor será o risco de aquaplanagem) e à profundidade do relevo (que deve ser sempre, no mínimo, de 3 milímetros).
2. A composição da água
A composição da água é outro fator que pode aumentar a ocorrência de aquaplanagem. Elementos tais como o óleo, a sujidade, o sal ou a própria temperatura ambiente poderão afetar a densidade da água à superfície. Por esse motivo, redobre a atenção durante as primeiras chuvas do ano, altura durante a qual a água pode conter resíduos adicionais.
Ler mais: “Cuidados a ter ao conduzir com chuva“
3. A profundidade da “poça”
Naturalmente que, quanto mais profunda for a poça ou a zona da estrada alagada, maior vai ser a probabilidade de aquaplanar com o seu carro.
Ler mais: “O que fazer se um buraco na estrada danificar o seu carro?“
4. A velocidade
Tendencialmente, a alta velocidade aumenta o perigo de aquaplanagem na estrada. Se for a uma velocidade baixa a moderada, os pneus batem na água e conseguem atravessá-la. Numa velocidade moderada a alta, a água acumula-se à frente do pneu enquanto que, em alta velocidade, a água levanta totalmente o pneu da estrada e a viatura entra em aquaplanagem. Por isso, quando tiver de conduzir em dias de chuva, lembre-se de sair uns minutos mais cedo de casa e de conduzir mais lentamente.
Como saber se a viatura está em aquaplanagem?
Se tal acontecer, sentirá de imediato a perda de aderência à estrada, notará uma elevação na aceleração do motor e uma leitura pouco exata no seu velocímetro. Se estiver a fazer uma curva, irá perder tração nas rodas dianteiras, podendo causar um desvio da rota.
Entrei em aquaplanagem. E agora?
Por muitos cuidados que se tenha, às vezes, entrar em aquaplanagem é inevitável. Se for esse o caso, mantenha a calma e siga os seguintes passos:
- Retire o pé do acelerador e reduza imediatamente a velocidade;
- Carregue no pedal da embraiagem;
- Segure o volante firmemente e mantenha a direção reta;
- Em caso de colisão iminente, puxe o travão de mão. Se bem que, na maioria dos casos, as rodas traseiras costumam ainda ter aderência suficiente para desacelerar o veículo;
- Quando sair da zona alagada, rode ligeiramente o volante para os dois lados de forma a perceber se o carro voltou a ter aderência à estrada.